O BLOG DE MAIO/13
FEIRA LITERÁRIA DO CAMPO GRANDE,domingo,dia 2,tem mais!
Enquanto a Literatura no
Brasil fica sempre em segundo plano e há poucas novidades boas a se divulgar,
abrindo a Revista Veja,desta semana,encontrei um motivo para alegrar essa gente
estranha que perde tempo e dinheiro tentando arejar as cabeças deste país, :nossos
escritores.
Ê ta gente tinhosa meu Deus!
Todos os dias um maluco se
senta em frente a essa nova máquina de
fazer doido,o computador,e escreve abobrinhas esperando ser lido e comentado
pelas pessoas,acreditando seriamente que vai salvar o mundo ou,pelo
menos,torná-lo menos pior.
Claro que não acontece
nada, pelo menos por enquanto, quem sabe um dia e, agora que sabemos que a
Biblioteca do Congresso ,nos States,armazena até twitters,vamos caprichar também
nessas mensagens curtas, p/ falta de
tempo e espaço o PC n/ nos deixa
escrever a palavra toda e o Linux ainda
substitui as vogais por quadradinhos o que torna o sueco muito mais fácil de
entender e escrever que o próprio Linux,pelo menos para mim que sou do tempo da
Olivetti, lettera 22,sim senhor!
Mas,voltando ao assunto
dessa conversa fiada.Como disse acima,li a notícia de que uma empresa de
cosmético,dessas que funcionam com catálogos e vendas domiciliares acrescentou
aos cosméticos que embelezam o rosto a venda de livros ,que embelezam a alma ,a
preços baixos e estão vendendo bem aos clientes dos seus produtos.
Isso já deve existir há
algum tempo, - eu é que sou desligada – mas,o que me chamou atenção foi a
estória de uma mulher,Edna, de Cabreúva, que trabalha vendendo de porta em porta na sua bicicleta,conduzindo livros para
comercializar bem longe dos grandes centros urbanos,onde a cultura dificilmente
chegaria,nem a lombo de burro.
Ela disponibiliza seis
horas do seu precioso tempo, diariamente, para levar cultura a essas pessoas e
comenta:
-Tenho leitores sedentos
por eles (os livros).
Pois é,escritores,vocês já
não precisam lamentar como Dante:”
deixai toda esperança vós que entrais”; vamos ter esperança ,sim,neste
Brazilzão das Ednas e de outros pioneiros que à sua própria custa criam
bibliotecas,contam estórias nas escolas de periferia e levam o
conhecimento a qualquer lugar onde ele seja avidamente procurado.
È cômodo para nós, escrevermos
um livro e colocarmos nas livrarias e
deitar na rede esperando pelos direitos autorais.
Mas,aqueles que não querem
ser os “Pedro – pedreiros” da Literatura, - esperando,esperando,esperando só - saem
por ai divulgando seu trabalho, suando a camisa para colocá-los nas mãos de
alguém,sabendo que ,como o escritor não gera notícia,a Grande Mídia não se
interessa por nós que não fomos agraciados pela natureza com uma bunda grande
ou pés miraculosos.Nem sabemos tocar guitarra.
Numa livraria competimos
com o mundo; lá está desde o poetinha da província até os gênios da humanidade
cujas obras monumentais serão sempre lidas e jamais esquecidas porque
perduram para sempre.
A fila anda, como diz o
escritor Antonio Torres, mas ,a concorrência é desleal.Famoso,quem??? É assim
que perguntam sobre nós, - quando perguntam.
Por isso, prefiro divulgar
meus livros na Internet,nas escolas,nas palestras em bibliotecas,nas feirinhas
literárias como a do Campo Grande,pois, o
escritor tem que ir aonde o povo está. Se intelectual comprasse livro, nós, que
temos centenas de leitores nos sites e blogs já seríamos best – sellers há
muito tempo.
E os escritores que já
obtiveram um certo renome,também,estão
aderindo ás redes sociais,criando fun – pages ,pois,vivemos novos tempos ou
,quem sabe,voltamos ao antigo,dos bardos e pensadores nas feiras e praças de
mercado,como Sócrates e Píndaro.
Parodiando Pessoa,que
aniversaria em Junho:
”Não fiz nada,bem sei,nem
o farei,
Mas,de não fazer nada isto
tirei,
Que fazer tudo e nada é
tudo o mesmo,
quem sou é o espectro do
que não serei.”
REFLETINDO COM PESSOA
"Não faço teorias a respeito da vida.Se ela é boa ou má não sei,não penso.
Para meus olhos é dura e triste,com sonhos deliciosos de permeio.
Que me importa o que ela é para os outros?A vida dos outros só me serve para eu lhes viver,a cada um a vida que me parece que lhes convém no meu sonho."
Pessoa,"O livro do Desassossego"
A POESIA DE AMÁLIA GRIMALDI
O VALOR DA FORMA
Nesse vil espelho frio
O reflexo mentiroso
Manipulável concretização
Face ao olhar do desejo primeiro
Ora somente extensão palpável
Superfície de manso lago
Nessa minha romântica imaginação
Na fragilidade de que o distante
Poderia estar perto. Palpável
Na superfície lisa desse espelho plano
De um frio banheiro de hotel de luxo
Minha pele enrugada e meu cabelo branco
Inexorável acontecer a serviço do tema
Silenciosa amarga transicional agonia
Aqui, o valor da forma se configura .
Publicado na Seleta "Os 7 pecados capitais",Ed.Pimenta Malagueta,2013
OBRIGADA PELA VISITA
ATÉ JUNHO!